Juscelino kubitschek

Órfãos do Jockey Club querem a volta das corridas

Silvana de Castro

"Os finais de semana estão mais enfadonhos para o comerciário José Antônio dos Santos (à esq., na foto), 60 anos, e seus amigos que adoravam corridas de cavalos, as chamadas carreiras. Desde 2011, não há mais competições no Jockey Club, na Vila Prado, no bairro Juscelino Kubitschek. Apaixonados pelo esporte, eles costumam viajar para Cachoeira do Sul, Porto Alegre ou Pelotas só para torcer ou para apostar nos animais.

Mas a turma não desistiu de lutar para Santa Maria ter um novo hipódromo. Mesmo que o terreno de 24 hectares do Jockey Club tenha sido desapropriado pela prefeitura, a entidade que cuidava do espaço ainda existe, com diretoria. E ela cobra do município a destinação de uma área ao esporte. Na negociação com a prefeitura, o município pagou R$ 1,5 milhão em dívidas.

No atelier localizado na Vila Caramelo, no bairro Juscelino Kubitschek, artista produz imagens em cimento

– Meu pai trabalhou parte da vida no Jockey, fazendo serviços gerais. Me criei ali desde os 2 anos de idade. Nossa vida aconteceu ali – diz José, conhecido como Zé, presidente na entidade por três mandatos, de 2008 a 2014.
Ele lembra com detalhes dos tempos de fartura do turfe santa-mariense, quando as pessoas vestiam as melhoras roupas para acompanhar as disputas. De chinelo de dedo, por exemplo, não se entrava. O comerciário era dos turfistas que tinham prazer em assistir às carreiras, sem fazer apostas.

Há 11 anos, ele criou, no bairro Perpétuo Socorro, uma gravadora de discos

– Não queria morrer sem ver essa pendência com o município resolvida – conta.
Assim como Zé, Clenir Almeida (na foto, à dir.), 50 anos, mora próximo ao antigo hipódromo e também se sente órfão. Ex-jóquei, poderia ter guardado mágoa do turfe devido a uma queda sofrida há 11 anos. Apesar de o acidente tê-lo deixado com dificuldades de andar, tudo o que Clenir deseja é ter um local de competições por perto novamente.

– Não tenho condições físicas de ir para outras cidades para assistir às carreiras. Olho os cavalos correndo pela televisão. Me criei com cavalos, é o único esporte de que eu gosto – desabafa Clenir.
Há 50 anos, o Jockey Club era um dos principais pontos turísticos de Santa Maria. A decadência intensificou-se a partir da década de 1990, devido a administrações ruins e à acumulação de dívidas.
– A prefeitura desapropriou a área e não cumpriu o proposto. Estamos esperando ainda os 15 hectares prometidos ou a reativação do antigo espaço. Poderíamos ter negociado com uma empresa particular, que nos daria condições de fazer um novo jockey – reclama o atual presidente da entidade, Gilberto Cremonese.

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Por me"

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